sexta-feira, 27 de março de 2009

Parte 1 - História Ainda Sem Nome

A grande e redonda Lua Vermelha que se erguia acima das montanhas no céu noturno observava o viajante que cavalgava. Atravessava sozinho com a sua montaria a planície de Mor'rak, entre as cidades de Dar'ageu e Fedahor, aproximadamente na metade da distância de três dias de jornada a cavalo entre elas. Mesmo sendo uma noite abafada e clara, típica desta época do ano, não é possível ao olho humano distinguir os detalhes do caminho ou do viajante. Seu rosto jovem expressava fadiga e sabedoria, retribuindo o olhar da Lua, buscando nela orientação sobre a direção em que estava seguindo. Em mais algumas horas o Sol nascerá e ele e sua montaria serão obrigados pelo cansaço a parar e descansar, planejando completar a viagem por Mor'rak até Fedahor no dia seguinte.

"Dia 6 de Artan, cheguei à cidade de Fedahor. Por temer ataques enquanto durmo (pois viajo sozinho e não tenho com quem revezar a vigília noturna) e o Sol forte vespertino desta época, encantei meus olhos e de meu cavalo para que enxergassem na penumbra noturna, como os de um elfo, e por três noites viajamos. É uma vila pequena, e ao me apresentar ao estalajadeiro Hedric como clérigo de Agrias ele me ofereceu estadia apenas em troca de tocar e cantar algumas canções e histórias amanhã em sua taverna. Trago ao todo minha flauta, provisões de viagem, minhas vestes clericais, meu báculo e, obviamente, pergaminho e tinta. Aprender a ler, escrever e tocar fez parte do meu treinamento como sacerdote de Agrias.

Talvez convenha contar, também, como eu me tornei um sacerdote. A minha cidade de Dar'ageu, e em geral todos os nascidos sob o signo da Lua Vermelha Artan, têm uma forte tradição como guerreiros e combatentes. Sim, comecei minha jornada no dia 3, meu décimo sétimo aniversário. Por isso, desde criança meu pai decidiu me treinar nas armas. Escolhi aprender o bordão, por permitir derrubar meu oponente sem ferí-lo de morte. Aos meus doze anos Dar'ageu entrou em guerra, e apesar de minha insistência fiquei abrigado com outros que não podiam lutar em um Templo de Agrias. Estes Templos possuem uma energia divina muito forte de paz e tranqüilidade, impedindo qualquer ação hostil neles, por isso o lugar perfeito para indefesos se abrigarem em segurança. Após dois anos ganhamos a guerra, mas eu perdi os meus pais. Decidi continuar no Templo, aprendendo sobre a Deusa, sobre a paz e a cultura, a preservar e propagar o conhecimento. Aprendi idiomas, ciências, artes e enfim um pouco de tudo que há para se saber.

Enfim, pretendo passar aqui alguns dias, reabastecer minhas provisões, elaborar uma boa rota de viagem e então prosseguir."

Uma doce e profunda melodia de flauta enche a Taverna do Bafo de Dragão. O taverneiro a batizou com esse nome após constatar que os heróis locais abandonavam a pequena vila assim que se tornavam capazes de enfrentar desafios significativos, por isso enquanto estavam aqui agüentavam só o bafo. A flauta para, e o músico começa a contar uma triste história em forma de versos e poesia. Esta é a primeira noite da Taverna sem nenhuma briga ou desentendimento, o flautista e suas histórias pareciam prender a atenção de todos. De uma mesa afastada entre as sombras, um freguês habitual mais viajado observa e tira mais conclusões sobre o forasteiro, pensando que ele poderia e o ajudaria de bom grado...

6 comentários:

  1. Tá, retiro o que eu disse no último post... Não parece que saiu direto de um livro de RPG, É um livro de RPG.
    :D

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  2. Um ótimo livro de RPG, por sinal (:

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  3. sou uma garota de palavra charles (:

    nao conheço muito de RPG, na verdade nada. mas esta bem legal a sua historia, irei acompanha-la (:

    Bjaao charles (L)

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  4. Realmente muito bom, Char. *-*
    curti os nomes! o/
    ;*

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  5. boa história man,agora quero continuação xD

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  6. Opa! Estamos ai!
    Foi mal o atraso, mas não tive tempo de ler ainda...

    Muito boa a história. Com os nomes eu lembrei daquela apresentação do "Nos na fita" heheheh

    Interessante a história. Pretendo acompanhar!

    Agora.. Agrias? Já ouvi esse nome antes hehehe

    Boa idéia o gadget de som, pena que a musica do The Black Mages não rodou aqui, mas é uma das melhores deles.

    Isso ai, fica na paz.

    Por: Bode de Boina

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